sábado, 2 de outubro de 2010

Declaração do Coletivo Luta & Poesia Sobre os Congressos da Conlutas e da Classe Trabalhadora de Junho de 2010

Declaração do Coletivo Luta & Poesia Sobre os Congressos da Conlutas e da Classe Trabalhadora de Junho de 2010



É Fundada Uma Nova Central Combativa da Classe Trabalhadora

Entre os dias 3 e 6 de junho acon­teceu o II Congresso da CONLUTAS (Coordenação Nacional de Lutas) e o CONCLAT (Congresso Nacional da Classe Trabalhadora), em Santos – SP. O produto deste debate foi a fundação de uma nova central, a CSP-Conlutas (Central Sindical e Popular - Conlutas), que uni­ficou diferentes setores dos movimentos sindical, popular, estudantil e de luta contra as opres­sões machista, racista e homofóbica numa mesma entidade.

A nova central vai unir as lutas e fazer de cada especifica, contra a opressão, por salários, por educa­ção de qualidade, parte de uma luta mais geral, pela superação dessa sociedade que explora e oprime.

Primeiramente, ocorreu o segundo congresso nacional de CONLUTAS, dias 3 e 4 de junho, contando com a presença de 2.500 pessoas, sendo 1.800 de­legados e o restante de observadores. Após uma ampla discussão foi decidido através de votações, a unificação da CONLUTAS com ou­tros movimentos na nova central composta por entidades sindicais, do movimento popular, do movimento contra as opressões e do movimento estudantil. Logo em seguida, ocorreu o congresso da classe trabalhadora (CONCLAT), nos dias 5 e 6 de junho, esta proposta foi respaldada por ampla e visível maioria (mais de dois terços do congresso) na plenária final que reuniu a CONLUTAS e outras entidades e movimentos sociais.

O CONCLAT contou com mais de 4 mil ativistas, sendo 3115 delegados representando cer­ca de 3 milhões de trabalhadores. Os presentes no congresso eram trabalhadores, aposentados, ativistas do movimento popular, ativistas da luta contra as opressões e estu­dantes que foram eleitos em cen­tenas de assembleias nos meses que antecederam os congressos.


Outro fator muito importante do CONCLAT foi a presença de delegações de con­vidados de 26 países diferentes, onde alguns deles também estiveram no Congresso da Conlutas. Isso só veio reforçar que a luta dos setores explorados e oprimidos no Brasil é a mesma luta dos que são explorados e oprimidos no restante do mundo.


Derrotada em votações, INTERSINDICAL e MAS abandonam a plenária


Mesmo após te­rem reconhecido o resultado das votações, a Inter­sindical, a Unidos para lutar/CST e o MAS (Movimento Avançado Sindi­cal), organizações que também ha­viam convocado o congresso, abando­naram o plenário por terem perdido a votação do nome.

Essa decisão foi um desrespeito com os milhares de tra­balhadoras e traba­lhadores presentes. Todos ficaram in­dignados, afinal, a realização do CON­CLAT foi fruto de um acordo com todas as organiza­ções de que a nova central funcionaria com democracia operaria, em que a base vo­ta e decide as polêmicas. Mas no fim, a minoria não respeitou esse critério e deixou a ple­nária. Dias depois o MAS, a Intersindical e a Unidos para Lutar/CST lançaram notas públicas criti­cando o congresso.

Durante o CONCLAT, após a ruptura, com a ampla maio­ria dos delegados no plenário, o congres­so resolveu manter todas as votações e definir uma dire­ção provisória que dará os primeiros encaminhamentos.

Janira Rocha, diri­gente do MTL, dei­xou claro que não gostava do nome da nova central, mas afirmou que não fa­zia sentido abando­nar o congresso por causa dessa vota­ção. Já Guilhermo Boulos, dirigente do MTST, que votou as questões pole­micas com a mino­ria afirmou: “Tive­mos discordância da votação daquilo que foi aprovado, mas para nós isso não é motivo para deixar esse plená­rio, construindo o instrumento que vamos construir".


Como Foi Organizado o CONCLAT?


O CONCLAT foi fruto de uma longa discussão de mais de um ano que contou com vários encontros preparatórios, tanto nacionais quanto regionais, além de incontáveis reuniões e assembleias em locais de trabalho, locais de estudo, bairros, acampamentos e ocupações. A organização do congresso foi feita pelo conjunto dos movimentos que estavam tocando ele e tudo era decidido pelo consenso nessa organização prévia do Congresso. O objetivo foi privilegiar o debate para que os congressistas pudessem definir sobre as polêmicas.


Primeiras Lutas


A Central funda­da no CONCLAT, já deu os primeiros passos nas greves dos trabalhadores da USP, dos servi­dores do judiciário federal, dos servi­dores do judiciá­rio estadual de São Paulo e na dos ro­doviários de forta­leza. Na ocupação do Rodoanel, em São Paulo, reali­zada pelo MTST e nas mobilizações do MTL na re­gião do triangulo Mineiro. Também esteve presente pressionando o pre­sidente Lula pela apro­vação do aumento aos aposentados e pelo fim do fa­tor previdenciário.

Essas lutas de­monstram o cami­nho que será adota­do na construção da nova organização.

Florianópolis, julho de 2010

Nenhum comentário:

Postar um comentário