Declaração do Coletivo Luta & Poesia Sobre os Congressos da Conlutas e da Classe Trabalhadora de Junho de 2010
É Fundada Uma Nova Central Combativa da Classe Trabalhadora
Entre os dias 3 e 6 de junho aconteceu o II Congresso da CONLUTAS (Coordenação Nacional de Lutas) e o CONCLAT (Congresso Nacional da Classe Trabalhadora), em Santos – SP. O produto deste debate foi a fundação de uma nova central, a CSP-Conlutas (Central Sindical e Popular - Conlutas), que unificou diferentes setores dos movimentos sindical, popular, estudantil e de luta contra as opressões machista, racista e homofóbica numa mesma entidade.
A nova central vai unir as lutas e fazer de cada especifica, contra a opressão, por salários, por educação de qualidade, parte de uma luta mais geral, pela superação dessa sociedade que explora e oprime.
Primeiramente, ocorreu o segundo congresso nacional de CONLUTAS, dias 3 e 4 de junho, contando com a presença de 2.500 pessoas, sendo 1.800 delegados e o restante de observadores. Após uma ampla discussão foi decidido através de votações, a unificação da CONLUTAS com outros movimentos na nova central composta por entidades sindicais, do movimento popular, do movimento contra as opressões e do movimento estudantil. Logo em seguida, ocorreu o congresso da classe trabalhadora (CONCLAT), nos dias 5 e 6 de junho, esta proposta foi respaldada por ampla e visível maioria (mais de dois terços do congresso) na plenária final que reuniu a CONLUTAS e outras entidades e movimentos sociais.
O CONCLAT contou com mais de 4 mil ativistas, sendo 3115 delegados representando cerca de 3 milhões de trabalhadores. Os presentes no congresso eram trabalhadores, aposentados, ativistas do movimento popular, ativistas da luta contra as opressões e estudantes que foram eleitos em centenas de assembleias nos meses que antecederam os congressos.
Outro fator muito importante do CONCLAT foi a presença de delegações de convidados de 26 países diferentes, onde alguns deles também estiveram no Congresso da Conlutas. Isso só veio reforçar que a luta dos setores explorados e oprimidos no Brasil é a mesma luta dos que são explorados e oprimidos no restante do mundo.
Outro fator muito importante do CONCLAT foi a presença de delegações de convidados de 26 países diferentes, onde alguns deles também estiveram no Congresso da Conlutas. Isso só veio reforçar que a luta dos setores explorados e oprimidos no Brasil é a mesma luta dos que são explorados e oprimidos no restante do mundo.
Derrotada em votações, INTERSINDICAL e MAS abandonam a plenária
Mesmo após terem reconhecido o resultado das votações, a Intersindical, a Unidos para lutar/CST e o MAS (Movimento Avançado Sindical), organizações que também haviam convocado o congresso, abandonaram o plenário por terem perdido a votação do nome.
Essa decisão foi um desrespeito com os milhares de trabalhadoras e trabalhadores presentes. Todos ficaram indignados, afinal, a realização do CONCLAT foi fruto de um acordo com todas as organizações de que a nova central funcionaria com democracia operaria, em que a base vota e decide as polêmicas. Mas no fim, a minoria não respeitou esse critério e deixou a plenária. Dias depois o MAS, a Intersindical e a Unidos para Lutar/CST lançaram notas públicas criticando o congresso.
Durante o CONCLAT, após a ruptura, com a ampla maioria dos delegados no plenário, o congresso resolveu manter todas as votações e definir uma direção provisória que dará os primeiros encaminhamentos.
Janira Rocha, dirigente do MTL, deixou claro que não gostava do nome da nova central, mas afirmou que não fazia sentido abandonar o congresso por causa dessa votação. Já Guilhermo Boulos, dirigente do MTST, que votou as questões polemicas com a minoria afirmou: “Tivemos discordância da votação daquilo que foi aprovado, mas para nós isso não é motivo para deixar esse plenário, construindo o instrumento que vamos construir".
Como Foi Organizado o CONCLAT?
O CONCLAT foi fruto de uma longa discussão de mais de um ano que contou com vários encontros preparatórios, tanto nacionais quanto regionais, além de incontáveis reuniões e assembleias em locais de trabalho, locais de estudo, bairros, acampamentos e ocupações. A organização do congresso foi feita pelo conjunto dos movimentos que estavam tocando ele e tudo era decidido pelo consenso nessa organização prévia do Congresso. O objetivo foi privilegiar o debate para que os congressistas pudessem definir sobre as polêmicas.
Primeiras Lutas
A Central fundada no CONCLAT, já deu os primeiros passos nas greves dos trabalhadores da USP, dos servidores do judiciário federal, dos servidores do judiciário estadual de São Paulo e na dos rodoviários de fortaleza. Na ocupação do Rodoanel,
Essas lutas demonstram o caminho que será adotado na construção da nova organização.
Florianópolis, julho de 2010
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