sexta-feira, 1 de outubro de 2010

As Eleições 2010 do DCE da UFSC Estão Chegando: Saiba o que Pensamos Sobre Elas


Carta do coletivo Luta & Poesia aos estudantes da UFSC
SÓ A UNIDADE DO MOVIMENTO ESTUDANTIL PODE BARRAR AS TAXAS!


Os estudantes da UFSC foram este ano surpreendidos com a aprovação de quatorze taxas, que variam de R$ 50 à 2.000. Atualmente, descobrimos que ao todo existem mais de 800 taxas diretas e indiretas na UFSC como Xerox, uso de equipamentos, etc. Para dar respaldo às taxas existe o recém aprovado pacotão da “autonomia”, que desobriga o estado a financiar a educação e obriga a universidade a procurar financiamento privado junto às empresas, ou mesmo cobrando direto dos estudantes.

 Mas os problemas não param por aí. Os cursos, em regra geral, não têm professores em número suficiente e infra-estrutura física adequada. Existem cursos na UFSC que hoje chegam a definhar devido à grande evasão, como os cursos novos do REUNI de antropologia e museologia que nasceram pendurados aos cursos de História e Ciências Sociais já precarizados. Os direitos estudantis são uma miragem: não se garante creche para as mães, o acompanhamento pedagógico para os cotistas não funciona, a moradia não tem vagas nem para 1% dos estudantes da UFSC, o valor das bolsas não aumenta e um longo etc.

Nada disso acontece por um acaso. Está ligado a um projeto maior: a Contra-Reforma Universitária (conjunto de medidas, como o REUNI e o pacotão da “autonomia”) que vem sendo realizada principalmente durante os governos FHC-Lula e que segue fielmente as diretrizes do Banco Mundial. Segundo essas diretrizes, países como o nosso não têm que ter soberania na produção do conhecimento. O que cabe aqui é dividir o ensino superior brasileiro entre meros escolões de 3º grau voltados para a formação de mão de obra barata e massiva e um pequeno número de centros de excelência voltados à reprodução de conhecimentos prontos de transnacionais.

Da reitoria liderada por Álvaro Prata nada podemos esperar de positivo. O próprio Reitor tratou de deixar isso claro com absurdas declarações públicas de que “20, 40, 100 ou 200 estudantes numa sala de aula não muda a qualidade”, que “a universidade pública pode sim ser paga, pois na Europa é assim”, ou ainda, que “as taxas são medidas educativas”. Da UNE também nada podemos esperar a não ser traições. Ela hoje apóia a contra-reforma em troca dos milhões de reais que recebe todo ano do governo federal.

Entretanto, podemos avançar nas conquistas. Podemos barrar as taxas e reverter este processo de sucateamento e privatização da educação, mas para isso precisamos da organização dos estudantes e é por isso que precisamos fortalecer as nossas entidades, como os CAs e o DCE. A atual gestão do DCE da UFSC, a gestão “Canto Geral” (composto por 21 de junho e independentes), não vem cumprindo este papel ao se negar a chamar os estudantes a lutar contra a privatização e a queda da qualidade na UFSC. Na principal luta da universidade atualmente, centram o debate das taxas na cobrança de apenas uma taxa (a de freqüência insuficiente) e na cobrança da presença dos estudantes em sala de aula. Para a atual gestão do DCE é como se a privatização da universidade fosse um detalhe.

Como alternativa surgiu a Frente de Luta por uma Expansão de Qualidade, criada no inicio deste ano pelo movimento estudantil e trabalhadores da universidade. Esta frente garantiu assembléias, manifestações, audiências com o reitor e o seminário da UFSC. Essa ferramenta só está conquistando estas vitórias porque representa a unidade de estudantes e trabalhadores que querem lutar contra a precarização e privatização da UFSC.

Porém, nossa luta precisa avançar. Para combater a outra “frente”, a da turma da privatização, que envolve o governo federal, o Banco Mundial, as reitorias e a UNE, precisamos unir as lutas que ocorrem em defesa da universidade não só na UFSC, mas as que acontecem por todo país. Precisamos também fazer com o que o movimento estudantil mostre a cara contra as opressões machistas, racistas e homofóbicas. Existem movimentos importantes no nosso país, como a ANEL, a CSP-Conlutas, o MST e outros movimentos sociais que tem convergências com a luta que estamos travando e precisamos ainda travar. O DCE precisa dialogar e chamar os estudantes a participar e construir todos os espaços de luta independentes do governo e das reitorias. Acreditamos que o movimento estudantil não pode ser neutro ou apenas observador na luta mais geral da classe trabalhadora. Tem que lutar lado a lado.  

Nos próximos meses entraremos no período de eleições do DCE Queremos construir a unidade necessária nessas eleições para construir uma chapa que tenha como princípio a mobilização dos estudantes pela defesa da universidade pública ameaçada hoje principalmente pelas taxas. Também achamos importante que essa chapa tenha como princípio a democracia necessária para abrigar todos aqueles que querem lutar, onde todos que venham a formá-la assumam o compromisso de abrir o jornal e os fóruns da entidade para o debate amplo e fraterno entre os lutadores sobre os rumos de nossa luta. Debate sem o qual não poderemos construir um projeto alternativo de universidade real.

Viva a luta do movimento estudantil e da classe trabalhadora!

Vamos à luta defender a universidade pública!

UNIDADE, INDEPENDENCIA E DEMOCRACIA! PELA QUALIDADE DE UMA UFSC PÚBLICA E GRATUITA!

Coletivo Luta & Poesia, Construindo a ANEL

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