Dia 25 de novembro: dia latino americano e caribenho de luta contra a violência à mulher
O dia 25 de novembro ficou marcado como dia latino americano e caribenho de luta contra a violência à mulher devido ao assassinato das três irmãs Maria, Patria e Minerva pela ditadura de Rafael Trujillo, na República Dominicana.
Cinquenta anos depois vemos que a violência contra a mulher continua. No Brasil cerca de 10 mulheres são assassinadas por dia segundo dados do SUS, a maioria por seus “companheiros”. Temos acompanhado casos como o de Elisa Samudio, que inclusive já havia denunciado seu agressor e Mércia Nakashima. Casos que exemplificam uma relação cotidiana onde a mulher sofre com a violência e opressão.
A lei Maria da Penha após quatro anos de vigência não diminuiu a violência, pois só existe no papel. Ao mesmo tempo que a lei foi criada quase 50% dos recursos para sua efetivação foram cortados. As mulheres que sofrem com a violência doméstica não tem assistência psicológica e jurídica nem as casas-abrigo, e são forçadas a voltar a morar com seu agressor.
A questão do aborto continua um dogma sobre o momento em que surge a vida, enquanto 200 mil mulheres morrem ou ficam com sequelas vítimas de abortos mal feitos, e por não terem assistência. Para as mulheres que tem dinheiro fazer um aborto é muito fácil e sem riscos, para as que não tem, o estado proíbe o aborto e ao mesmo tempo não garante a maternidade.
Apesar de termos eleito a primeira presidente mulher na ultima eleição faltam investimentos em políticas públicas para reverter essa situação. As mulheres continuam exploradas e oprimidas, e são as mulheres trabalhadoras as principais vitimas da face mais cruel da opressão, a violência. Recebem salários mais baixos, não tem acesso a creches públicas em período integral, sofrem com a falta de investimento no sistema público de saúde e com a constante desvalorização, assedio moral e sexual.
A violência física é a face mais cruel da opressão, mas não é a única. A violência psicológica e moral não deixa marcas visíveis, mas sufoca a mulher, dificultando ou impedindo que se envolva plenamente.
Na universidade não é diferente, temos presenciado cotidianamente diversos casos de machismo e violência contra a mulher. A opressão é institucionalizada na UFSC ao não oferecer condições de permanência as mulheres: vagas na moradia para mulheres com filhos e creches. Falta também uma ouvidoria para tratar os casos de opressão a mulher. Na relação das estudantes com os professores ou seus próprios colegas também se manifesta a desvalorização e o assedio moral e sexual, na maioria das vezes de forma mascarada, mas algumas vezes de forma aberta em trotes machistas, no assedio das festas, piadas sem graça e em diversos momentos.
Precisamos dizer um basta para todo o tipo violência contra a mulher! Punição aos agressores e creches públicas integrais já.
Participe da exibição do curta “Acorda Raimundo Acorda” seguido de discussão sobre gênero e machismo. Quinta feira dia 02/12 as 12h30 no auditório do CFH
“Liberta-te mulher, deste sonho de esperar que te libertem com os braços cruzados” Guiomar Cuesta
CALIGEO – Centro Acadêmico Livre de Geografia
CALH – Centro Acadêmico Livre de História
Coletivo Luta e Poesia: construindo a ANEL
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