quinta-feira, 10 de novembro de 2011

ANEL em Campanha contra a Corrupção

ANEL em Campanha contra a Corrupção
Chega de corrupção!
Quero meu dinheiro pra saúde e educação!

Todo brasileiro acompanhou indignado os recentes escândalos de corrupção envolvendo uma série de políticos e ministérios do governo Dilma. Em apenas 7 meses, já caíram 6 ministros. O primeiro foi Palocci, da Casa Civil. Logo depois foi Luiz Sérgio, ministro de Relações Institucionais. No mês seguinte, Alfredo Nascimento deixou o ministério dos Transportes. Em seguida, Nelson Jobim deixa o ministério da Defesa, seguido por Wagner Rossi, ministro da Agricultura. Pedro Novais, ministro do Turismo, foi o quinto a cair por usar dinheiro público em benefício próprio. E a mais recente queda foi de Orlando Silva, ministro dos esportes e militante do PCdoB, acusado de envolver o próprio partido na participação de um esquema de desvio de recursos do programa Segundo Tempo, que dá verba a ONGs para um programa de incentivo ao esporte entre jovens.
É inaceitável a farra que existe no Brasil de políticos e banqueiros com o dinheiro público. A corrupção já virou parte estrutural do sistema, já que para se eleger, os políticos são patrocinados por fortunas de grandes empresários que, após eleitos, cobram seu preço. Seja de forma ilegal através do desvio de dinheiro público e das famosas “caixa 2”, até de forma legal pelo pagamento em dia dos juros que sempre se multiplicam da dívida pública, a lógica é a mesma: privilegiar o bolso de grandes magnatas, empresários, banqueiros e políticos de carreira, enquanto os serviços públicos e os direitos da população vão de mal a pior.
O governo Dilma começou o ano deixando claro para quem governaria. Enquanto foi votado um aumento abusivo do salário dos deputados e da própria presidente, cortou 50 bilhões de reais do orçamento da União. Isso resultou em 3,1 bilhões de reais a menos na educação, 578 milhões na saúde, 2,8 milhões no transporte, 929 milhões da Reforma Agrária e por aí vai. Em contrapartida, em 2010, o governo desembolsou R$ 635 bilhões somente de juros e amortizações de dívidas públicas, que corresponde a 44,93% do orçamento geral da união. Segundo o IPEA, 50% da renda total do Brasil estão nas mãos dos 10% mais ricos enquanto os 50% mais pobres dividem entre si 10% da riqueza nacional.

Falta de independência cobra seu preço e UNE se cala diante dos escândalos de Corrupção

O último escândalo de corrupção anunciado, envolvendo o ex-ministro dos esportes Orlando Silva e diretamente o PCdoB, deve ser motivo de reflexão e repúdio do movimento estudantil independente. Orlando Silva foi presidente da UNE eleito no 44º Congresso, de 1995, e o seu partido já há cerca de 20 anos é direção da União Nacional dos Estudantes. Ao longo da década de 90, com o PCdoB à frente, a UNE avançou no caminho da burocratização e se afastou cada vez mais da base dos estudantes e das lutas reais que se desenvolviam. Porém com a eleição de Lula em 2002, a UNE passou definitivamente para o lado daqueles que atacam a educação, e se perdeu de vez como um instrumento de luta independente dos estudantes.
A UNE que já derrubou um presidente corrupto, Fernando Collor, em 92, atualmente é incapaz sequer de lançar uma Nota contra os escândalos de corrupção. Isso está intimamente relacionado com a perda completa da independência financeira da entidade. Para realizar seu último Congresso, a UNE recebeu milhões de reais de uma série de empresas e ministérios do governo, incluindo o de Transportes e Esportes, envolvidos nos escândalos. Entre 2004 e 2009 a UNE recebeu mais de R$ 10 milhões do governo e de empresas estatais, como a Petrobras, a Eletrobrás, a Caixa Econômica e o BNDES. Em 2005, para financiar seu Congresso, a UNE recebeu R$ 50 mil do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). No seu Congresso de 2009, a UNE também contou mais uma vez com o patrocínio das empresas estatais. Há também uma série de denúncias à UNE por furos graves na prestação de contas das suas finanças, indicando que sequer é capaz de prestar satisfação com transparência do que faz com o dinheiro público que recebe.
Nos últimos meses houve diversas manifestações no país contra a corrupção, especialmente no dia 7 de setembro e 12 de outubro. Em Brasília, reuniu mais de 20 mil pessoas e cerca de 2 mil no Rio e em São Paulo. A UNE, infelizmente, boicotou todos os recentes protestos contra a corrupção que foram realizados em nosso país. Não emitiu uma nota em solidariedade sequer e não deixou claro se acha que são “manifestações legítimas da juventude brasileira” ou se só servem para “fazer o jogo da direita”. A ANEL apóia todas essas mobilizações e está disposta a colocar suas forças para desenvolver essa luta, vinculando-a às demandas dos trabalhadores e da juventude para que seja denunciado que o dinheiro dos cofres públicos que vai pra corrupção, deveria servir para favorecer a população.

É preciso intensificar a luta contra a Corrupção e por 10% do PIB para a Educação Pública!

Por tudo isso, é importante que o movimento estudantil brasileiro, que tem tradição nessa luta, tome pra si a bandeira de lutar com força contra a Corrupção. É preciso exigir do governo Dilma que não apenas troque ministros, mas que investigue todos os esquemas do governo, que puna de forma efetiva de acordo com atos cometidos. É preciso que haja confisco dos bens e prisão dos corruptos e corruptores. É necessário que hajam mecanismos de controle popular sobre o governo e os esquemas de corrupção.
É por isso que a ANEL está comprometida em fazer uma grande Campanha Contra a Corrupção em conjunto com a campanha que está se desenvolvendo durante todo o ano por 10% do PIB para a educação. Apesar de boicotar o comitê da campanha, a UNE votou em Congresso a favor dos 10% do PIB e, portanto, por maior investimento na educação. Como fazer um debate sério hoje sobre financiamento público da educação sem considerar que bilhões de reais são desviados? Se isso não deve ser levado em consideração, por que não? A corrupção é, hoje um tema menor? Nós achamos que não.
Ao longo de todo o mês de novembro até 6 de dezembro, teremos uma grande oportunidade de dialogar com a população brasileira a partir do Plebiscito Nacional pelos 10% do PIB e dizer que é pra investir em educação que queremos que seja destinado o dinheiro público, e não para encher o bolso de políticos e banqueiros corruptos!

Nenhum comentário:

Postar um comentário